terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Curiosidades Sobre Marc Chagall...

Marc Chagall
1887-1985

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No âmbito da arte contemporânea, marcada pelo formalismo e a abstração, a pintura de Chagall se destaca pela importância que nela tem o elemento temático, de fundo onírico, que mostra por sua vez as fundas raízes afetivas e culturais do artista.
Pintor, gravador e vitralista bielorusso, Marc Chagall nasceu em Vitebsk em 7 de julho de 1887.
     Iniciou-se em pintura no ateliê de um retratista local. Em 1908 estudou na Academia de Arte de São Petersburgo e, de volta à cidade natal, conheceu Bella, de quem pintou um retrato em 1909 (Kunstmuseum, Basiléia).
     Retornou a São Petersburgo e de lá seguiu para Paris em 1910, ligando-se a Blaise Cendrars, Max Jacob e Apollinaire e aos pintores Delaunay, Modigliani  e La Fresnay.
     Marc Chagall trabalhou intensamente para integrar seu mundo de fantasias na linguagem moderna, derivada do fauvismo e do cubismo.
     Obras importantes desse período são "Moi et le village" (1911; "Eu e a aldeia"), "L'Autoportrait aux sept doigts" (1911; "Auto-retrato com sete dedos"), "La Femme enceinte" (1912-1913; "Mulher grávida"), "Le Soldat boit" (1912; "O soldado bebe").
     Quase todos esses títulos foram dados por Cendrars. Coube a Apollinaire escolher as telas que Chagall expôs em 1914 em Berlim, com grande influência sobre o expressionismo de pós-guerra.
     Quando explodiu a guerra, Chagall, de volta à Rússia, foi mobilizado, mas ficou em São Petersburgo. Em 1915 casou-se com Bella.
     Irrompendo a revolução socialista de 1917, foi nomeado comissário de belas-artes do governo de Vitebsk. Fundou uma escola aberta a todas as tendências, entrou em conflito com Malevitch e acabou demitindo-se.
     Na mesma época, pintou murais para a sala e o foyer do teatro judeu de Moscou.
     Retornou a Paris em 1922. Por encomenda do editor Ambroise Vollard, ilustrou a Bíblia e executou 96 gravuras para uma edição de Almas mortas de Gogol, só publicada em 1949.
     Em 1927 ilustrou também as Fábulas de La Fontaine (cem gravuras publicadas em 1952). São dessa fase suas primeiras paisagens, bem como quadros que renovaram o tema lírico das flores.
     Em 1931 Chagall visitou a Palestina e a Síria e publicou Ma vie (Minha vida), autobiografia ilustrada por gravuras que já haviam aparecido em Berlim em 1923. Em 1933 realizou grande retrospectiva no Kunstmuseum de Basiléia.
     A partir de 1935 o clima de guerra e de perseguição aos judeus repercutiu em sua pintura, na qual os elementos dramáticos, sociais e religiosos passaram a tomar vulto.
     Em 1941 foi para os Estados Unidos, onde em 1944 morreu Bella Chagall, causando-lhe grande depressão. Mergulhou de novo no mundo das evocações e concluiu o quadro "Autour d'elle" ("Em torno dela", Musée National d'Art Moderne, Paris), iniciado em 1937 e que se tornou uma síntese de sua temática. Em 1945 pintou grandes telas de fundo, cenários para o balé O pássaro de fogo, de Stravinski.
     Regressou definitivamente à França em 1947. Em 1950 criou vitrais para a sinagoga da universidade hebraica de Jerusalém. Os vitrais para a catedral de Metz, dos muitos que concebeu a seguir, datam de 1958. Chagall esteve várias vezes em Israel nessa época, desincumbindo-se de várias encomendas.
     Na França e nos Estados Unidos, além de vitrais, realizou mosaicos, cerâmicas, murais e projetos de tapeçaria. Em 1973 foi inaugurado em Nice o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall. Em 1977 o governo francês agraciou-o com a grã-cruz da Legião de Honra.
     Reconhecido como um dos maiores pintores do Século 20, Marc Chagall morreu em Saint-Paul de Vence, no sul da França, em 28 de março de 1985.



A Pintura "O Violinista Azul" De Marc Chagall...


Tentarei ajudar na descrição desta bela obra do Chagall, "O Violinista Azul".

Trata-se de pintura a óleo sobre tela, medindo 84 X 63 cm, feita em 1947. Apresenta a figura de um homem sentado numa banqueta, tocando um violino enquanto flutua pelos céus acima de um vilarejo. A sua esquerda também flutua um ramos de flores encimado pela lua. Sobre o ombro do vilonista e sobre sua perna dobrada pousam dois pequenos pássaros. A cor dominante é o azul cobalto, presente em todo o fundo da pintura, cuja frieza é quebrada pelos fortes vermelhos, laranjas, ocres e magentas que se apresentam em pontos específicos da obra - o rosto e pescoço, no viloino, no centro das flores e nas pernas da figura. Estas cores quentes intensas, vibrando sobre o fundo azul, servem para marcar os pontos que o artista pretendeu enfatizar.

A composição é bastante dinâmica devido ao cruzamento de linhas oblíquas formadas pelo corpo do violinista inclinado para a direita, segurando o arco na mesma inclinação, ambos contrapostos pelo violino inclinado para a esquerda. As flores e a lua equilibram esta grande inclinação do violinista à direita, mas também sobrecarregam o espaço da esquerda da compoisção. As casinhas abaixo, as curvas das nuvens e a banqueta repercutem este jogo de cruzamentos, visando sempre intensificar o dinamismo visual da obra.

A execução da pintura tem características lineares, gráficas, com o uso de contornos nítidos nos elementos principais, marcando um certo "ar primitivo", "infantil", que é característico do traço deste artista ligado ao Surrealismo pela sua fantasia criativa e apoiado inicialmente no Cubismo para a construção dos seus espaços subdivididos. Contudo, em Chagall estas escolas de arte são apenas pontos de partida para a expressão do seu mundo interior, cuja poética se baseia nas reminicências da sua vida na Rússia, país onde nasceu.

Enfim, "O Violinista Azul" é uma obra onde se podem encontrar todas as principais características da pintura de Marc Chagall, especialmente seu grande lirismo e muita fantasia interior.

Maria




    


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